A barca dos amantes


Ah, quanto eu queria navegar
p’ra sempre a barca dos amantes
onde o que eu sei deixei de ser
onde ao que eu vou não ia dantes

Ah, quanto eu queria conseguir
trazer a barca à madrugada
e desfraldar o pano branco
na que fôr terra mais amada

E que em toda a parte o teu corpo
seja o meu porta-estandarte
plantado no seu mais fundo
posso agitar-me no vento
e mostrar a côr ao mundo

Ah, quanto eu queria navegar
p’ra sempre a barca dos amantes
onde o que eu vi me fez vogar
de rumos meus a cais errantes

Ah, quanto eu queria me espraiar
fazer a trança à calmaria
avistar terra, e não saber
se ainda o é quando fôr dia

E que em toda a parte o teu corpo
seja o meu porta-estandarte
plantado no seu mais fundo
posso agitar-me no vento
e mostrar a côr ao mundo

(canción: Sérgio Godinho / pintura: Claude Monet)

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