Viagem


Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).

Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.

(Miguel Torga)

1 comentario:

Anónimo dijo...

Que cierto es que en cualquier aventura lo que importa es el partir y no el llegar, pues ¿cómo iba a ser una aventura de otro modo?.
No es comparable a nada el cosquilleo en el estómago, casi vertiginoso, cuando un viaje está a punto de iniciarse que cuando por fin se llega a puerto y se acaba la travesía.